quarta-feira, 24 de agosto de 2011

O hábito de ler e o amor

É horrivelmente triste estar sozinha. Mais triste ainda é sentir-se sozinha, SER sozinha. É faltar um pedaço grande do corpo, da sua própria existência. A dor da solidão é proporcional à decepção de saber que amar pode ser infeliz pelo simples fato de que a procura por alguém ideal é impossivel. Impossível pelo simples fato de que se apaixonar por alguém "humanamente" comum está aquem de todas as suas forças.

Por isso, ler na proporção que eu leio não faz bem. Dá vontade de chorar ao ler no ônibus, indo pro trabalho, e quando chegar ao seu destino, fechar a página e ver que ao seu redor o tempo não voltou 200, 300 anos atrás. Triste é encarar a realidade vazia e cinzenta dos tempos atuais. As pessoas não amam o olhar, o jeito, a voz. Elas amam um corpo bonito, um rosto, depois um status. Com o passar do tempo, elas nem sabem o que as mantêm juntas, o sentimento que existia escorreu pelo ralo com a rapidez de tudo que acontece atualmente. Eu não quero essa rapidez na minha vida, e talvez seja por isso que eu vejo os dias passando e alguém que poderia me fazer sentir que vale a pena não existe. Não nessa vida.