segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Não dê sorte pro azar

E eis que hoje um motorista de caminhão barbeiro decide bater no meu carro. Besteira, ele me acertou por um palmo de burrice afoita. O DF inteiro está em obras, não sei se xingo ou espero pacientemente esse caralho melhorar minha vida (se é que vai, né!?). Lá se foi minha lanterna traseira.

Indo pra uma consulta bizarra fazer um exame bizarro, passeio por um caminho verdejante, onde os pássaros cantam e... POF! Por um passo não levo uma manga de uns 2 kg na cabeça. Me benzi, poxa vida! deu medo, acho que hoje não é meu dia. E dou mais dois passos e escuto um segundo POF!, ainda deu pra ver a manga rolando. Saí correndo, juro.

Acho que hoje não é meu dia de sorte. Ou então algo muito, MUITO legal vai acontecer. (*medo)

Eu preciso aprender isso

Definitivo

Carlos Drumond de Andrade

Definitivo, como tudo o que é simples.
Nossa dor não advém das coisas vividas, mas das coisas que foram sonhadas e não se cumpriram. Sofremos por quê? Porque automaticamente esquecemos o que foi desfrutado e passamos a sofrer pelas nossas projeções irrealizadas: por todas as cidades que gostaríamos de ter conhecido ao lado do nosso amor e não conhecemos, por todos os filhos que gostaríamos de ter tido junto e não tivemos, por todos os shows e livros e silêncios que gostaríamos de ter compartilhado, e não compartilhamos.
Por todos os beijos cancelados, pela eternidade.
Sofremos não porque nosso trabalho é desgastante e paga pouco, mas por todas as horas livres que deixamos de ter para ir ao cinema, para conversar com um amigo, para nadar, para namorar.
Sofremos não porque nossa mãe é impaciente conosco, mas por todos os momentos em que poderíamos estar confidenciando a ela nossas mais profundas angústias se ela estivesse interessada em nos compreender.
Sofremos não porque nosso time perdeu, mas pela euforia sufocada.
Sofremos não porque envelhecemos, mas porque o futuro está sendo confiscado de nós, impedindo assim que mil aventuras nos aconteçam, todas aquelas com as quais sonhamos e nunca chegamos a experimentar.
Por que sofremos tanto por amor? O certo seria a gente não sofrer, apenas agradecer por termos conhecido uma pessoa tão bacana, que gerou em nós um sentimento intenso e que nos fez companhia por um tempo razoável, um tempo feliz.
Como aliviar a dor do que não foi vivido? A resposta é simples como um verso: se iludindo menos e vivendo mais!!!
A cada dia que vivo mais me convenço de que o desperdício da vida está no amor que não damos, nas forças que não usamos, na prudência egoísta que nada arrisca, e que, esquivando-se do sofrimento, perdemos também a felicidade.
A dor é inevitável. O sofrimento é opcional...

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Vamos orar, irmãos!

Ontem, indo pro trabalho, uma senhora começou a pregar a palavra. Até que a tia era até simpática, sabia falar, conversou com a galere e tals sem aqueles arroubos histéricos da maioria dos evangélicos. Aí foi rezar um Pai Nosso e sabe o que eu achei deveras estranho? Nego começou a rezar junto, na maior altura.

Por que eu achei estranho? Porque eu rezo também, e muito. Eu converso com Deus umas 4 vezes durante o dia. Só achei estranho nego orar com um fervor danado, dentro de um vagão de metrô lotado, provavelmente porque teve uma tiazinha puxando o coro. Prafazer tipo de gente de Deus. Pra mim essa galera reza um Pai Nosso e uma Ave Maria nas coxa, todo dia, com pressa, só pra cumprir seu papel de cristão e chegar nas rodinhas e dizer: "eu rezo todo dia!" O pior é ver nego me olhando torto quando digo que sou espírita e ODEIO igreja.

Num guento.

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

A volta da morta-viva

Sabe quando a gente sente aquele frio na barriga, dizendo que sua vida vai mudar, tomar um rumo novo? Eu ando sentindo isso, e é muito bom! Depois de um ano de luto sentimental, me permitir sentir outros cheiros e sabores... recebi elogios, um agrado, um telefonema! Fiquei pensando o outro dia e me senti leve! Eu tô curtindo e aproveitando minha vida perdida por quem não soube dar valor (inclusive eu).

Voltei a estudar, depois de mais de 5 anos de formada! Adoro estudar, ler, adquirir e trocar conhecimento, e é algo novo pra mim (um interesse novo). Há anos eu tentava uma pós-graduação, e com a chegada da Aurora, esses meus planos estavam adormecidos. Agora eu os acordei e tô com o gás todo!

Eu estou cuidando e alimentando minha alma. O meu lado espiritual nunca esteve tão aflorado; tenho sentido que a minha relação com Deus está cada dia mais próxima, e eu só tenho a ganhar com isso. Eu me sinto ótima, quero fazer as pessoas felizes e não há dinheiro nesse mundo que pague o meu bem estar e a felicidade de ver alguém feliz.

A Aurora está crescendo, não é mais um bebê, e também é mais um passo na nossa relação. A gente conversa mais, interage mais e estamos juntas trilhando um caminho novo. Daqui uns meses ela vai pra escola, vai ser mais independente do que ela já é, e isso é bom pra mim e muito mais pra ela. Se minha filha estiver feliz, eu vou estar mais ainda.

Sabe o ditado: "se a vida for pra você um limão, faça dela uma limonada"? Graças a minha vontade de CAMINHAR (e não ficar estagnada como eu estava), eu posso dizer que a minha limonada tem um toque de vodca, e está uma deliciosa caipirosca!!!!! Eu sei que essa alegria e esse bem estar não serão eternos, porque a vida de todo mundo tem lá seus percalços, mas enquanto eu acreditar em MIM e souber que eu não preciso de ninguém além de mim mesma pra ser feliz, a gente passa por qualquer coisa. O importante é não ficar parado, vendo a vida passar e achar que o problema está nas outras pessoas, porque não está. Acho que agora tenho humildade suficiente pra perceber isso, e o meu destino está nas minhas mãos.

Obrigada, anjinho, por me dar um pé na bunda e me empurrar de volta à vida.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

A poesia presta

Nos ultimos dias eu sorri tudo o que não tinha sorrido, e flutuei pra compensar tanto tempo com os pés na lama. Eu estou me libertando, aos poucos, e isso é bom demais.

A poesia aparece pra mim, de fininho. Ela chega até mim, direta, pé ante pé, e eu gosto tanto que eu gostaria que as pessoas sentissem esse ventinho no estômago como presságio de algo do bem pra chegar. Pode me dar rasteira e bicudo o quanto você quiser, Vida, porque e vou levantar, sacudir o pó da roupa, vou caminhar e lá longe, vou olhar pra atrás e te mandar beijinho.

Minha poesia não presta
Ézio Pires

Minha poesia não presta
Mas é minha

É frágil e ingênua
Gostaria que ela fosse uma rosa pública
Não presta mesmo, mas é minha

Ela procura meu coração aos pedaços
Procura brisa e orvalho

Procura tempo, silêncio e prece
Só me encontra na dor