terça-feira, 29 de setembro de 2009

óummmm

Eu juro por Buda que tava afim de fazer um post bacana, mas não dá. Sabe quando a vida tá meio morna, lerda e se arrastando pelo calor, quando tudo caminha bem e lentamente sem grandes novidades e sem grandes tragédias, mesmo aquelas em que eu sou mestra em sentir!? Pois é, tá tudo assim. Assim meio rosa, nem branco nem vermelho. Uma leveza só. Aquela sensação boa de calmaria, existente somente nas pequenas cidades do interior, onde faz um calorão danado durante o dia, e a noite fica pior. Onde é obrigatório a conversa na cozinha, o bate-papo na varanda, o soninho depois do almoço e o rebuliço antes do jantar. Só quem tem família na roça sabe como é isso. E sabe também como é bom.

Mas eu tô meio que cabeça oca (podem rir). Não tem nada nesse mundo que tem tirado meu humor leve. Não existe nada por ora que me deixe preocupada ou irritada. Eu tô naquela fase que deixa muita gente nervosa: ZEN. O maldito homem que me fez a mulher mais infeliz do mundo aos poucos tá deixando os meus ombros, porque eu sinto que nem tá pesando mais. E esse alívio não tem preço.

Acho que se eu não fosse tão gorda eu flutuaria.

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Os degraus

Minha veia poética tá latejando, genti.

Não desças os degraus do sonho
Para não despertar os monstros.
Não subas aos sótãos - onde
Os deuses, por trás de suas máscaras,
Ocultam o próprio enigma.
Não desças, não subas,fica.
O mistério está é na tua vida!
E é um sonho louco este nosso mundo...

Mário Quintana

Sempre cai como uma luva.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Não é o que não pode ser

Vocês já repararam como as coisas só tendem a se superficializar com o passar do tempo? Hoje, agora há pouco, quando fui preparar alguma coisa pra comer, notei que o leite não é mais leite, mas bebida láctea UHT; o requeijão agora se chama especialidade láctea COM requeijão.

A partir daí comecei a pensar em quantas milhares de coisas nós julgamos ser o que não é. Mesmo porque acredito que o mais importante sempre está nas entrelinhas, e a maioria das pessoas não está disposta a prestar atenção.

Se você acha que está com tudo porque está com o corpão sarado e tudo mais, preste atenção: você pode estar com um problema de saúde sério que ainda não deu sintomas. Ou o pior: esqueceu de "malhar"o cérebro e não passa de um corpo com uma cabeça oca em cima.

Outro exemplo claro: celular. São raríssimas as pessoas que compram um celular com o único e exclusivo objetivo de poder falar com outras pessoas em qualquer lugar, sem problemas pra ouvir e ser ouvido. Tá valendo aquele que tira foto, filma, manda e recebe e-mail, fax e ainda por cima exibe a novela das 8, pra que você não possa perder aquele capítulo ultra emocionante. E na hora de falar é bom? É um C*! E se brincar, quando você for apertar o botão meio na afobação, é capaz do troço se partir em 10.

Bem, escrevi tudo isso pra dizer que pré-julgamentos quase sempre são equivocados. Mesmo que tudo esteja uma bosta de ruim, aprenda a ver pequenos detalhes. Ser escalafobético não tá com nada. Procure o essencial nas pessoas, porque o mais simples costuma sempre ser o mais verdadeiro.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

As pessoas fedem

E daí que eu fico me perguntando qual é a das pessoas que passam pela minha vida. Nêgo não tem nem vergonha de disfarçar, tipo: "não suporto viver com uma pessoa fudida e endividada, quero é curtição, beijo tchau". Me deparar com gente interesseira a essa altura do campeonato me mata de ódio.

E sei lá meio que eu sou um pouco responsável demais depois de largar uma vida total descontrol, mas FODA-SE o resto. Eu não quero chegar aos 40 pagando de gatinha baladeira pra depois me deparar com uma filha piriguete e mil pessoas rindo de mim e me julgando.

Cada dia eu percebo mais que é só Jesus na causa mesmo que vai dar jeito. Porque o ser humano cada dia fede mais.

E relaxa beibe. Vai chegar seu dia de sentir a carniça.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Essa porra não tem título

Feliz é a pessoa que já passou da fase de querer ter alguém ao lado pra se sentir plena. Otária fui eu por abandonar uma vida boêmia e promíscua por outra tranquila, caseira, clean e... sozinha.

Quando eu levava o pé na bunda, ou dava o pé, ou simplesmente não tinha pé pra rolar, era muito mais fácil. Eu chorava uns dias, tomava minha fluoxetina diboa, dormia, depois ia encher a cara, dançar e pegar geral. Um CÚ vazio, é verdade, mas era isso. VAZIO. Não tinha nada de mimimi, fale dos seus sentimentos pra mim blá blá blá e meu ovo. É fácil fazer uma pessoa transformar sua cabeça em 360º e depois virar e dizer: "é, foi legal, mas FUI!"

A gente não muda quando não quer, isso é fato. A gente muda quando quer, e quando acredita de verdade que a mudança será pra melhor. Acreditar, mudar e ver depois que essa mudança não serviu pra nada, porque quem te ensinou a mudar só espalhou palavras ao vento, sem nenhum propósito útil ou benfazejo, é de doer. E dói mais ainda de ver que tem gente que ainda é ingênua como eu. Pelo simples fato de querer ser feliz.

Jiló tá perdendo pra mim.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

100 dólares

Não tenham dó de mim
Essas penas são todas minhas
São penas leves
Difíceis, estúpidas e engraçadas
No ringue da vida
São apenas peso pesado

Não tenham dó de mim
Essas dores são todas minhas
São dores que duram dias
Doris Day com Dolores Duran

Nonato Dente de Ouro, poeta, rapper e ex-lutador de kendô

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Cartas

Hoje irei escrever duas cartas. Uma pra ele, e outra pra ela. Vou escrever à mão mesmo, pra não perder o charme. E eu só farei isso porque sinto que ninguém escuta o que eu digo. Ou talvez eu diga uma coisa e as pessoas entendam outra. Ou acham que pelo fato da minha fisionomia ser séria, meu coração é de pedra. Não, não é. Feliz seria eu se ele fosse.

Enfim, escreverei porque isso sempre foi o que aliviou e alivia meu coração. Às vezes ele dói tanto, que sinto ele sangrar dentro do peito. Ele sangra, depois vai caindo os pedaços, e por fim ele se torna uma geleca gosmenta até evaporar. Pra depois nascer de novo.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

A primeira chuva da primavera

Todos os anos, quando, aqui em Brasília, termina o período de seca e começam as chuvas, eu sinto uma constante reviravolta no estômago. Eu acordo e vou dormir sentindo isso, todos os dias.

É uma sensação muito forte de que algo importante vai acontecer, que o meu coração vai disparar por motivos que eu nem sei, mas a sensação não passa nunca. Acho que é a fase natural do clima, mas que eu absorvo como se fizesse parte de mim. Por aqui, depois de meses de umidade quase zero e temperatura nas alturas, a primeira chuva que cai, próxima da primavera, cai como uma bálsamo refrescante. Eu sinto o gosto, o cheiro e vejo tudo claramente quando as primeiras chuvas caem. E tudo isso se transforma em mim como algo físico, palpável, não é nada daquilo: "ah, eu adoro chuva!"

Depois que essa fase inicial passa, aí vem a sensação cada vez mais forte e mais constante. As manhãs chegam ensolaradas, mas com o passar do dia, as nuvens vão se formando, o céu vai ficando nublado enquanto o dia continua quente, e o meu coração continua aos saltos. Me lembro que quando eu era estudante, não tinha erro: a mudança climática era prenúncio de algo GRANDE por acontecer. Hoje eu tenho 29 anos, não estudo (por enquanto), minha vida é completamente outra mas essa sensação permanece.

O foda é que tudo acontece no coração. Eu sei, eu SINTO que a mudança será feita no coração. O que é não sei, eu tenho lá meus desejos, meus sentimentos, meu coração já tem dono há tempos e infelizmente é algo que não posso mudar. Se é algo que não posso mudar, porque, porque!?!? ó Deus, ele continua tão descontrolado por algo que nem eu nem ninguém sabemos o que é!? Isso me dá falta de ar.

Isso tudo pareceu meio louco, eu sei. Mas não tô aqui pra parecer sensata, ora. Insanidade na medida não faz mal.

Minha filha foi feita no primeiro dia de primavera.