quarta-feira, 21 de março de 2012

Vá para o caralho com tua poesia

Só existe UM em meu peito e minha alma. É dele meu pensamento e o meu amor, sempre. Mas quando ele se afasta, o meu espírito ávido de tudo começa a respirar profundamente, sem pausas. Ele se abre como uma flor vermelha, querendo, desejando, sugando tudo o que vê pela frente, querendo preencher, transbordar pra não sentir a falta. O pensamento se enche de homens saídos dos mais obscuros desejos; os desconhecidos também acabam fazendo parte desse devaneio, sejam eles por uma boca convidativa, por olhos oblíquos ou por mãos fortes, grandes e brancas onde seja possível ver o sangue passando por elas. Eu quero ler romances sensuais, onde reinam o populacho e os palavrões na língua castelhana; eu desejo ouvir música onde eu possa sentir as batidas ecoando em minhas costelas, vibrando, soando, tremendo; eu quero rir debochadamente do ridículo, do vil e do fraco: como eu disse, eu estou transbordando, me sinto forte, quero pisar e olhar por cima. Eu quero ver sem ter nenhum medo de desviar o olhar: eu preciso antegozar a cena de morte, de impacto, de sangue, de queda, eu preciso sentir o frio cortante na espinha e os blocos de gelo no estômago, porque eles sim me mostram: estás viva!!!!! Não tenho medo de sentir, de rir, chorar, gozar, seduzir ou ousar. Absorvo cada partícula de vida de tudo e de todos que me rodeiam, sem medo de ser egoísta, sem a preocupação de ser simpática. Gozo com a mente, com o coração, com a constante quentura do meu sexo. Pode ser que nada disso exista mais amanhã.

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