segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

A vida gira em linhas tortas

É engraçado como a nossa percepção das coisas muda tão radicalmente, como a gente muda de forma tão drástica em um tempo relativamente curto.

Quando eu era criança eu queria morar de aluguel pra sempre, pra poder estar em um lugar diferente todo mês. Hoje, acho que se morasse no alto de uma montanha, sozinha, só sairia de lá em caso de necessidade.

Eu sonhava com um glamour que hoje sei que não existe, e faz parte dos meus sonhos infantis. Ontem, ao colocar um quadro feito pela minha Aurora na parede da minha casinha mini, senti uma felicidade sem igual. Simplesmente não entendo uma existência baseada em comprar roupa, sapato e cosmético, em balada regada a cerveja barata e som de péssimo gosto.

Aos poucos as coisas vão se colocando no lugar, e eu começo a sonhar novamente. Ficar sem ter sonhos realizáveis por quatro anos é uma desgraça sem igual pra uma geminiana que acha que o mundo é pequeno. É sinal de que há aí uma vida sem esperança. E por mais que eu não soubesse que caminho pegar, eu fui levada. Tive muitas, muitas dúvidas, receios, medos mas se eu não caminhar, quem vai viver minha vida!? Até nisso minha solidão está me dando lições de vida que eu nunca vou esquecer.

Poxa vida, tá tudo tão simples, tão cotidiano, tão calmo, tão espiritual que eu tenho medo que isso acabe, tenho medo das coisas e pessoas que ainda não conseguem ser tão "desligadas" quanto eu. Enquanto eu flutuo, o mundo gira em linhas tortas...

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